Para bom esquecedor, meia hora basta

Minha gente era a festinha de Natal de um curso que eu fazia. Curso de inglês. O combinado era que todos os presentes fossem chocolate, para ficar uma coisa mais certa de se dar e ganhar.

Eu, como uma boa esquecedora das coisas, esqueci o dia do amigo secreto. Obviamente esquecendo o dia do amigo secreto, esqueci o tal pratinho que eu precisava levar no dia, e, claro, o presente do meu amigo secreto, que era a minha professora. E reza as más linguas que eu a odiava, vice e verso. Teacher.. I love you!!! Hahaha. Crêa!

Então, chegou o dia, e junto com o dia cheguei eu, com a minha cara lavada de sempre, cheia de ressaca da sexta-feira (meu curso era dia de sábado). Assim que entrei no curso, vi toda a movimentação da galera. Colocando coisas para enfeitar o curso e etc e tals. Foi quando percebi que era o dia do tal amigo secreto. Imediatamente coloquei a mão no bolso, e nele se encontrava um isqueiro velho, e 5 reais. Com esses 5 reais eu tinha que: comprar um refrigerante, comprar o chocolate do meu amigo secreto e ainda voltar pra casa. Missão impossível para os dias de hoje.

Mas até que consegui desenrolar tudo.
Fui até a padaria mais próxima e comprei o litro de FREVO, que ninguém bebeu, nem eu, e o presente, que até então era surpresa. E me sobrou R$ 1,20 que dava pra voltar pra casa.

Começou a brincadeira. E nessas horas você quer se livrar logo das coisas, e se pergunta o tempo inteiro “porque eu entrei na brincadeira?” “e porque entre tanta gente eu tirei logo a professora, que me odeia e eu a odeio?”. Mas é assim mesmo, estamos na vida para passar por certas situações.

Na hora de entregar os presentes, o meu, como sempre, foi o mais original. E deixou a pobre da professora inclusive de boca aberta. Porque entre caixas e caixas de chocolate (eu ganhei uma de Opereta), o meu presente nada mais era do que uma fatia de bolo de chocolate. Tudo bem que eu poderia ter comprado um twix, um sonho de valsa, de repente um charge, mas não, tinha que ser uma fatia de bolo. Não sei o que deu em mim.

Pior não foi ter dado a fatia de bolo, foi justificar o presente: “ah, ela é meio gulosinha, um chocolate não ia satisfazer.”. Depois desse episódio ela não deu mais aula nesse curso. Não sei se foi pelo bolo ou por mim. Também não sei o destino dela. Sei que o bolo não foi comido. É demais, além de gulosa é mal educada. Se eu soubesse... Mas veja como são as coisas, quis satisfazer a mulher e paguei de escrota! Hahahaha. Mas era Natal, época de se relevar as coisas. Ela só não estava com esse espírito natalino.

Desde então, dou um conselho. Nunca me chamem para um amigo secreto. E se chamarem, fiquem cientes que por ele ser tão secreto, eu provavelmente vou esquecer. FELIZ NATAL!!!

Enviado por e-mail: Por Vanessa Loreto